terça-feira, 15 de junho de 2010

Mostra de artes plásticas em junho

No dia 22 de junho, às 19h, a Fundação Jornalista Luiz Chagas de Rádio e Televisão Educativa de Mato Grosso do Sul e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) inauguram a 1ª Mostra de Artes Plásticas da TV Brasil Pantanal. Conforme assessoria de imprensa da entidade, a ideia é inserir novamente a galeria da sede da emissora no circuito cultural sul-mato-grossense disponibilizando mais um espaço para a divulgação das artes plásticas do Estado.

São dez artistas de reconhecido percurso e importância para o cenário das artes plásticas local, com uma diversidade de representação de temas que abrangem cenas do cotidiano, da paisagem urbana, da cultura popular, entre outros, através de experimentações de materiais e suportes artísticos. São eles: Dagô, Irani Brum Bucker, Lúcia Barbosa, Monique Merlone, Patrícia Helney e Tom Barbosa.

A mostra permanece até 20 de agosto e fica aberta a visitação das 8h às 17h, na TV Brasil Pantanal, que fica na Rua Desembargador Leão Neto do Carmo, s/nº, no Parque dos Poderes.(Com informações da Rádio e TV Brasil Pantanal)

OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES


O que torna um best-seller melhor do que os outros? Em primeiro lugar, a falta de um esqueleto muito evidente, em que as pontas estão amarradas demais, com nós de manual. Em segundo, personagens com mais de duas dimensões. E, por fim, a ausência de clichês e/ou modismos (como vampiros românticos ou enigmas históricos/religiosos).

"Os Homens que Não Amavam as Mulheres", do jornalista sueco Stieg Larsson, preenche bem esses requisitos. Magnético da primeira à última página, o ágil calhamaço vendeu milhões mundo afora, nas mais diversas traduções, e já está escalado para o cinema.

O sucesso é mais do que merecido. Fazia tempo que um best-seller não agradava igualmente público e crítica. A história tem elementos autobiográficos. Tal como o comunista Larsson, que foi editor da "Expo", uma revista cujo alvo era a execrável e racista ultra-direita européia, Mikael Blomqvist, personagem principal, é o jornalista responsável pela "Millenium", revista claramente de esquerda, que atua denunciando os mandos e desmandos das grandes corporações financeiras.

Acusado injustamente de caluniar um corrupto magnata numa reportagem, Blomqvist é obrigado a sair de cena. Mas não por muito tempo. O industrial Henrik Vanger logo o contrata para uma missão que a princípio parecia impossível ou mesmo inútil: descobrir o que aconteceu com uma sobrinha desaparecida há 40 anos. Vanger acredita que ela foi assassinada por um dos membros da família, a qual detesta, mas não há pista alguma - a própria polícia arquivou o caso.

Blomqvist muda-se para a ilha onde vive a disfuncional dinastia Vanger, cujos integrantes parecem saídos de um quadro de Goya, e começa a investigar sem muito empenho. Inesperadamente, ganha a ajuda da jovem e surpreendente Lisbeth Salander, uma hacker franzina com pinta de punk, um passado infernal e uma inteligência fora do comum, ainda que beirando o autismo.

Juntos, os simpáticos e heterodoxos detetives chegam perto de solucionar o mistério, até que um gato esquartejado amanhece em frente à cabana em que estavam hospedados. Daí em diante o livro ganha contornos tétricos e violentos, em que sexo e crueldade se misturam, e as mulheres, como o título indica, são as maiores vítimas.

"Os Homens que Não Amavam as Mulheres" é o primeiro título de uma série que o autor deixou inconclusa. Larsson entregou os três primeiros volumes à sua editora pouco antes de morrer subitamente, aos 50 anos, em 2004. Há quem suspeite de que tenha sido assassinado por um de seus muitos inimigos - ao longo de sua carreira de jornalista engajado, ele recebeu muitas ameaças de morte de grupos neonazistas e agremiações semelhantes.

O livro virou mania na Europa e EUA, onde já foi lançado o segundo título da série. Fala-se que existe um quarto volume inacabado. Larsson ainda teve tempo de dar uma entrevista, na qual explicou o porquê de entregar três livros de uma vez só: é que ele estava se divertindo tanto ao escrevê-los que não viu o tempo passar e fez a trilogia num mesmo impulso. Ah, esse também pode ser um bom requisito para definir o bom best-seller - que o objetivo principal do autor não tenha sido a fama e o sucesso, mas a satisfação pessoal.

"OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES", de Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Paulo Neves
Páginas: 528
Preço sugerido: R$ 49,00